Procuro uma palavra que me caiba, algo que apeteça-me ser... Um rumo, um prumo, um jeito... Um ciclo de coisas, de nunca e sempre... Em perpétua guerra, comigo mesma, então eu peço-me trégua, e proponho-me. PAZ.

GUARDIÃ DA MINHA IMPUNIDADE DE DIZER...

Eu não consigo ser chique e escrever tudo só em duas frases. Como a maioria faz.

Eu sangro a mente aos borbotões. Como espuma em cachoeira. Vou além da lógica das palavras. E em cada palavra vou me desfazendo um pouco de mim. Eu uso um pouco aqui e outro ali... sou sempre um alinhavo. E de leve, torno-me pesada (demais), mas vou tentando. Não quero um público que passa aqui apenas por cortesia. Esse meu canto é uma visita abandonada (algo pra eu vir me ouvindo). Assistindo-me. Pra eu ser a minha cúmplice. Compartilho-me comigo. Sou meu lumiar na minha lista de palavras (não li"n"das), mas que eu adoro. Como da letra a beleza é a melodia. Eu vou me falando sem querer... Sem falar... Ouvindo-me. Sem dizer (o que dá no mesmo) ou não? Aceitarei gestos (comentários) comedidos – daqueles que me conhecem (profundamente). Não abra as minhas janelas (sem que tenham) algo (para dizer-me).

As minhas personalidades (são impossíveis) de juntar. Me constituem (em milhares) mulheres inocentes de mim (quase todas) diferentes (vontades) sonhos. Gestos (descobertas) impossíveis (acho), mas assentirão ( que eu vá escrevendo-me) as minhas porcarias básicas (ou coisa alguma) frase interessante (deliciosa). Ou talvez nada (seja só um exercício) de um tempo cruel (pra espantar a velhice) risos. Ou só desculpas ridículas. (desde a minha infância remota) eu sei que eu sou assim, eu não tenho conserto. Nem dinheiro nenhum. Eu nem ligo pra coisas importantes. Nem pra pessoas interessantes. Vou “só” sonhando. “Só” pensando. Até eu queimar. E mudar de céu. E não ser mais. Mas eu não sou. E quem é? Quem me conhece sabe. Que eu sou. Ou muito triste. Ou muito irritada. Ou muito feliz. Ou muito apaixonada. Muito intensa. Ou muito tudo. Ou muito nada. Sem controle. Sem siso. Sem nada de nada. Mais informações? As pessoas interessadas. Que acessem. Ao interesse delas. Vou ficando por aqui. Me matutando. Me respondendo. Alguns vestígios? Evocam... Marcas que passam. Permanência? É presença. Tudo é significado. Na fragilidade das listas. Há sempre um olhar cravado em mim (de sempre). E PRA SEMPRE. Cujo sabor é esquecido? (jamais).


domingo, 28 de abril de 2013

Solzinho



"Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a nos ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre. Seria mais fácil para mim fazer isso porque amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de ti. No entanto, este é o paradoxo: Embora sinta muitíssimo a tua falta, é por tua causa que não temo o futuro."

Olhai à tua volta...




"Quantas pessoas especiais você tem deixado passar e partir? 

Aquela pessoa passando na calçada poderia ser o grande amor da sua vida; aquela outra poderia te dar uma explêndida amizade; tem aqueles que poderiam te auxiliar em tua caminhada, assim como aqueles a quem você pudesse estender a mão. 
Todos passando, sem um olhar, sem um sorriso, sem um aperto de mão. (...)
Claro, há aquelas que poderiam te fazer mal, mas há mais pessoas boas do que más neste mundo. Você é uma delas. O mundo não precisa ser tão frio... E muita felicidade pode ter passado muitas vezes ao teu lado e você nem viu....

Augusto Branco

Das reciprocidades e impressões




Num dia qualquer a gente se encontrou
Emoções em cadafalso
Entardecidos de se entardecer
Entre ser e estar

Num dia sem passado
Sem presente e sem futuro
Dias amanhecidos
Ausentes
Ciganos...

Num dia sem pernas
Sem braços
Bagaço
Drama...
Esboços...

E a gente se deitou
Na pele
Na mão
No cheiro
No olho um do outro

A gente vinha de eras imemoriais
De anjos
De bichos
De querubins
e Iansãs

A gente vinha de vidas individuais
De pó de pririlimpimpim
De peter pan
De beija-flores
e Fadas

A gente se deixou estar pela boca
Se deitou pela boca
Na vontade de ficar

A gente não olhou ao redor
Não ligou pro sexto sentido
Dispensou a rede
Se jogou ao ringue do perigo
Cativou
Sentou perto
Se deixou cativar

A gente foi se florescendo aos poucos
Foi se estimulando ao se estimular
E como numa musicalidade que se transforma em cada nota
Foi se inspirando nesse espetáculo particular


A gente se registrou nas influências
Nas florescências
Nas interpretações
No estrito senso da palavra que enreda
Nas canções e na genialidade
Da semente do coração, e de cada dizer]

A gente apagou as luzes de se anoitecer
Acendeu-se quando devia acender
Pra se desesconder
Pra se acontecer
Para se mastigar nas mesmas palavras
Para se fertilizar na cronologia da cumplicidade
De se beber e de se encher de sol
De ser jardim que se transforma
Pétalas vivas do nunca
Perfumes – cores – cheiros
Oxigênio – nutrientes
Cada vez mais em nós

Gota caudalosa
Oceano que tece o encontro
Cumplicidade despretensiosa
Que nos enchem daqueles dias de jardins de cada vez mais um no outro

Então ta tudo esclarecido...
somos as melhores lembranças...
Os melhores achados...

Das coisas perdidas...
as encontradas...

Então ta tudo esclarecido...
O tempo faz as grandezas mais fortes,
Inquietas ou atemporais,
O tempo é aprendiz e devoto da gente
E pra gente,

Mas pra encontrar vagas nos jardins desses perfumes
É preciso correr pro abraço do perigo...




sábado, 27 de abril de 2013

ABRIL


à Lu 

As cores de abril
Os ares de anil
O mundo se abriu em flor
E pássaros mil
Nas flores de abril
Voando e fazendo amor

VINICIUS DE MORAIS (1913 - 1980)


quinta-feira, 25 de abril de 2013

ESBOÇO DE UMA SERPENTE



 um poema de Paul Valéry/ Tradução de Renato Suttana

 *Paul Valéry, pensador e poeta francês, do século XIX - (Obra de domínio público)


Entre a árvore, a brisa acalenta
a víbora que hei de vestir;
um sorriso, que o dente espeta
e de apetites vem luzir,
sobre o jardim se arrisca e vaga,
e o meu triângulo de esmeralda
atrai a língua do reptil...
Besta sou, porém besta arguta,
cujo veneno, embora vil,
deixa longe a sábia cicuta!

Suave é este tempo de prazer!
Tremei, mortais, ao meu valor
quando, sem me satisfazer,
bocejo e quebro o meu torpor!
A esplendidez do azul aguça
esta cobra que me rebuça
de uma animal simplicidade:
vinde a mim, ó raça aturdida!
Que estou prestes e decidida,
semelhante à necessidade!

Ó Sol, ó Sol!... Falta estupenda!
Tu que mascaras o morrer,
sob o azul e o ouro de uma tenda
onde as flores vão se acolher;
em meio a mil delícias baças,
tu, o mais feroz dos meus comparsas,
dos meus ardis o mais perfeito,
aos corações não deixas ver
que este universo é só um defeito
na puridade do Não-Ser!

Ó Sol, que soas as matinas
do ser, e em fogos o acompanhas,
que num fatal sono o arrepanhas
todo pintado de campinas,
fautor de fantasmas risíveis
que prendes às coisas visíveis
a presença obscura da alma,
sempre me agradou a mentira
que tu sobre o absoluto espalhas,
rei das sombras tornado pira!

A mim o teu calor brutal,
onde a minha preguiça gelada
vem devanear sobre algum mal
próprio à minha índole enlaçada...
Este amável lugar me seduz
onde cai a carne e produz!
Aqui meu furor amadura;
e eu o aconselho, e eu o refaço,
e me escuto, e em meio aos meus laços
minha meditação murmura...

Ó Vaidade! Causa primeira,
que domina os Céus e os conduz,
de uma voz que já foi a luz
abrindo o cosmo sem fronteira!
Lasso de Seu puro espetáculo,
o próprio Deus rompeu o obstáculo
de tão perfeita eternidade;
ele se fez O que dispersa
em consequências Seu começo,
em estrelas Sua Unidade.

O Céu, Seu erro! E o Tempo, a ruína!
E o abismo animal alargado!
Queda naquilo que origina,
fagulha em vez do puro nada!
Mas o primeiro som do Seu Verbo,
EU!... dos astros o mais soberbo
que disse o louco criador –
eu sou!... Eu serei... E ilumino
esse diminuir divino
dos fogos do grão Sedutor!

Radioso objeto de minha ira,
Tu, que amei de um amor flamante,
e que da geena decidiste
conceder o império a este amante,
nos meus escuros Te remira!
Que ao veres Teu reflexo triste,
troféu do meu espelho negro,
tenhas tão funda comoção,
que sobre a argila o Teu ofego
seja um suspiro de aflição!

Em vão moldaste nessa lama
a prole dos fáceis infantes
que dos Teus atos triunfantes
a eterna louvação proclama!
Tão logo secos – e perfeitos,
são da Serpente já desfeitos,
filhos que o Teu criar produz.
Olá, lhes diz, recém-chegados!
Homens que sois, e andais tão nus,
animais brancos e abençoados!

Odeio-vos, que do execrado
à semelhança fostes feitos,
tal como ao Nome que tem criado
esses prodígios imperfeitos!
Eu sou o agente da mudança,
retoco o peito que se afiança,
de um dedo exato e misterioso!
Transformaremos essas obras
e as evasivas, moles cobras
em répteis negros, furiosos!

Meu intelecto inumerável
toca no humano coração
o instrumento de minha raiva,
que foi feito por Tua mão!
E Tua Paternidade alada,
todo aquele que, na estrelada
câmara ela acolha que a afague,
sempre o excesso dos meus assaltos
lhe traga uns longes sobressaltos
que seus propósitos estrague!

Vou e venho, deslizo, enfronho,
desapareço em peito puro!
Houve jamais seio tão duro
onde não possa entrar um sonho?
Quem quer que sejas, não sou esta
complacência que te requesta
a alma, desde que ela se ame ?
Ao fundo sou de seu favor
este inimitável sabor
que de ti em ti se derrame!

Eva! que eu tenho surpreendido
em seus primeiros pensamentos,
o lábio aos hálitos rendido
que das rosas se evolam lentos.
Quão perfeita me apareceu,
de ouro coberto o flanco seu,
sem temor ao sol nem ao homem;
ofertada aos olhos da brisa,
a alma ainda estúpida, tal como
perplexa ante a carne, indecisa.

Oh, massa de beatitude,
és tão bela, prêmio veraz
para toda a solicitude
das almas boas e das más!
Para que aos lábios teus se prendam,
basta que a um sopro teu se rendam!
Tornam-se piores os mais puros,
logo se ferem os mais duros...
Também a mim teus dons encantam,
de quem vampiros se levantam!

Sim! De meu posto entre a folhagem –
réptil que de ave se fingia –,
enquanto a minha pabulagem
uma armadilha te tecia,
eu te bebi, surda beldade!
Prenhe de encanto e claridade,
eu dominava, sem tremer,
fixo o olho em tua lã dourada,
tua nuca obscura e carregada
dos segredos do teu mover!

Presente estive, qual odor
que a alguma idéia corresponda,
cujo fundo, insidioso negror
não se elucida nem se sonda!
Pois eu te inquietava, ó candura,
carne molemente segura,
sem ter de mim nenhum temor,
a tremer em teu esplendor!
Logo eu te tinha, eu te levava,
e tua nuança variava!

(A soberba simplicidade
demanda infinitos cuidares!
Sua transparência de olhares,
tolice, orgulho, felicidade
guardam bem a bela cidade!
Procuremos criar-lhe azares,
e traga o mais raro artifício
ao peito puro o seu motim.
Eis minha força, o meu ofício,
a mim os meios do meu fim!)

Ora, de uma baba ofuscante
fiemos os suaves assaltos
que façam com que Eva, hesitante,
se envolva em vagos sobressaltos.
Que sob a seda da surpresa
palpite a pele dessa presa,
acostumada ao azul puro!...
Mas de gaze nem uma trama,
nem fio invisível, seguro,
além da que meu estilo trama!

E ditos, língua, redourados,
dá-lhe os mais doces que conheças!
Alusões, fábulas, finezas,
e mil silêncios cinzelados,
emprega tudo o que a seduza:
nada que a não bajule e induza
a se perder nas minhas vias,
dócil aos declives que guiam
para o fundo das azuis bacias
os veios que nos céus se criam.

Oh, quanta prosa sem parelha,
quanto espírito não recoso
e lanço ao dédalo sedoso
dessa maravilhosa orelha!
Penso: lá nada é sem proveito,
tudo importa ao suspenso peito!
O triunfo é certo, se o propor,
da alma espreitando algum tesouro,
como uma abelha a alguma flor,
não deixa mais a orelha de ouro!

“Só o que o meu sopro lhe confere,
a ela, é a própria voz divina!
Uma ciência viva fere
o corpo do fruto maduro!
Não ouças o Ser velho e puro
que a breve mordida abomina!
Que, se a boca se põe a sonhar,
a sede que à seiva se atreva,
esta delícia por chegar,
é a eternidade fundente, Eva!”

Ela bebeu minha mensagem,
que tecia um estranho arranjo;
seu olho perdeu algum anjo
por penetrar minha ramagem.
O mais hábil dos animais
que se ri de seres tão dura,
ou pérfida e cheia de males,
é só uma voz entre a verdura!
– Mas Eva muito séria estava
e sob o galho ela a escutava!

“Alma, eu lhe disse, doce pouso
de tanto êxtase condenado,
não sentes este amor sinuoso
que foi por mim ao Pai roubado?
Tenho esta essência celestial
a fins mais doces do que o mel
reservado tão suavemente...
Apanha o fruto... Oh, que se estenda
a tua mão e, ardentemente,
te faça dele uma oferenda!”

Que silêncio – o bater de um cílio!
Que sopro no peito soçobra,
que a árvore mordeu de sua sombra!
O outro brilhava qual pistilo!
– Silva, silva! – ele me cantava!
E eu sentia fremir as mil
dobras do meu dorso sutil,
saindo então do meu abrigo:
rolaram atrás do berilo
de minha crista, até o perigo!

Ó gênio! Ó comprida impaciência!
Eis chegado o instante em que um passo
em direção à nova Ciência
fluirá de um fino pé descalço.
Aspira o mármore, o ouro enjambra!
Tremem as bases de sombra e âmbar
na véspera do movimento!...
Ela vacila, a grande urna,
de onde emana o consentimento
dessa aparente taciturna!

Do vivo prazer que antegozes,
belo corpo, cede aos apelos!
Que a sede de metamorfoses
em torno da Árvore dos Zelos
engendre a cadeia de poses!
Vem, sem vires! Ensaia passos
vagos, como ao peso de rosas...
Não penses! Dança nos espaços...
Aqui há causas deliciosas
que bastam ao curso das coisas!...

Oh, quanto é infértil a fruição
que me ofereço, com demência:
de ver tão suave compleição,
fremir em desobediência!...
Breve, emanando seu sustento
de sabedoria e ilusões,
toda a Árvore do Conhecimento,
esguedelhada de visões,
no amplo corpo que investe rumo
ao sol, bebe do sonho o sumo.

Grande Árvore, Sombra das Alturas,
irresistível Árvore de árvores,
que os sucos amáveis procuras
na fragilidade dos mármores,
ó tu, que os labirintos cevas
por onde as constrangidas trevas
se percam no marinho lume
da sempiterna madrugada,
doce perda, brisa ou perfume,
ou pomba já predestinada,

Cantor, secreto bebedor
das mais profundas pedrarias,
berço do réptil sonhador
por quem já Eva tresvaria,
grande Ser, pleno de saber,
que sempre, como por mais ver,
ao alto apelo de teu cimo
cedes, e ao ouro puro os braços
estendes, teus esgalhos baços,
de outra parte, cavando o abismo,

Podes o infindo repelir,
feito só de teu crescimento,
e, da tumba ao ninho, sentir
que és inteiro Conhecimento!
Mas este velho amante do impasse,
de uns secos sóis no inútil ouro,
vem em tua copa enroscar-se –
seus olhos fremem teu tesouro!
Frutos de morte, de incerteza,
de desespero ali sopesa!

Bela serpe, suspensa aos céus,
sibilo, com delicadeza,
ofertando à glória de Deus
o triunfo da minha tristeza...
Basta-me, nos ares tranqüilos,
que a ânsia do amargo fruto os filhos
do barro ponha em desvario...
– A sede que te faz tamanha
até ao Ser exalta a estranha
Toda-Potência do Vazio!

PAUL VALÉRY


(Tradução de Renato Suttana)

N.T.: Agradeço a Sephi Alter pelas valiosas sugestões a esta tradução.



REFERÊNCIAS

Disponível em http://www.arquivors.com/valery2.htm



SAGA-FICÇÃO? IMAGINAÇÃO ENCANTADORA DE SERPENTES


 

PENSAMENTO/SÍNTESE?

Lucy (luci) Heartfilia? (essa eu vou dizer que é da enciclopédia dos estranhos), só poder ser... Lucy é uma ficção, ou uma “quase” realidade da ficção? (juro), eu jamais poderia supor tanto, entanto em comum, independente de inserir notas de rodapé ou não, é incrivel como tanta coisa (ficcional) é ao mesmo tempo, muito, tudo muito real... Puxa! Eu nem acreditei... E é tudo ao mesmo tempo, tão, (tão) irrealista e louco,  quanto real e fascinante, de repente parece (pareço) ser a ficação (ou o inverso), e tudo isso mexeu tanto com tudo, que  me dei ao trabalho de coletar mais informações ou soletrar tantas coincidências,  pra quem sabe entender, onde, quando, e o porque de tantas afins-reais-coincidências...

Nomes, nicks ou místicas? sei lá... Acho que uma vez em um milhão, essa lucura de realidade parece juntar tantas(muitas) particulas e se envolve/em dizer  com a ficção, sem saber o que diz, a quem o diz, e o porque diz, (sem se saber, e sem se saberem), depois de (pasma) digo.: não exala nisso nem um tipo de vaidade, mas me serve como um jardim de navegar em poços celestes, em propriedades estelares “talvez”, uma fortuna ou uma morte? Não sei... Como saber com qual Lucy/Luci está a chave destes “prováveis” portais? E se esses portais existem mesmo, seriam eles uma rosa ou um chicote? Nada sei sobre chaves, nem sobre mágicas ou espíritos, sei que sempre senti como se fosse uma tatuagem em mim, que vestia-me sem que eu pudesse ou soubesse me desvencilhar disso, algo vestia-me de outro jeito (isso eu sempre soube sentir). E jamais soube um jeito de controlar isso que me escorria/e escorre como água em jardins transparentes, mas que vem sempre como em águas turvas para um olhar confuso (nada esclarecido), estarrecido.

O que sei é que não sou uma maga de nenhuma constelação, tampouco sou originada de alguma esfera cor rosa ou âmbar, jamais sei ser equipada com asas nas costas, espadas com poder magico, ou rastejo com as escritas a cinzel, nada sei sobre ser/ou estar moldada ao brilho da prata e do ouro. Não. Não sou adépta das doze portas do zodiaco, nem menos posso dizer que estou equipada de algum poder raro, e se há alguma chave comigo, estão entregues em separado, e tudo o que sei de mim, é que disso encontro-me na mais completa e total anulação.

É bem verdade que muitas coisas me aparecem em sonhos e em elevadas levas, em grandes sóis, mas os olhos enxergam esses desenvolvimentos no mais profundo e completo abismo, e a escuridão se/me(tateia), e fica mesmo só aquela velha canção antiga dos Beatles (que se desconhece, o que eu desconhecia, fica isso de seguir dublando o não entender de saber. As chaves, e se chaves existem,  ou a bússula, talvez sejam mesmo um celestial canhão de tantas formas que eu jamais entenderei, de qual (ou pra qual), em qual, ou de qual esfera ir, ou para qual me desintegrei, ou me desintegrarei... EU NADA sei!

Jardins ou capítulos. Louco conflito. Sei que esse combate não para por aqui... Isso sinto.Tateio no personagem ou história. Espirito ou ficção. Real não sei. Vai tentando tomar alguma forma. Uma forma. Membro de sí mesmo talvez. Busca seguir seu próprio caminho, e apesar do escuro que envolve esse secreto e grande vale, tenta ser seu único membro em tantas bifurcações. Busca luz. Buscar a luz. Chave ou chaves podem determinar um nível de poder, mas ela sempre soube quem era e é. Um ser sem elementos. Somente e tão somente. Só. “Um pino quadrado para buracos redondos”.

SERPENTE ANGEL

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A SAGA INFANTO-JUVENIL / DESENHO/ QUE COM TANTAS TRAMAS FICCIONAIS e SUAS MÍSTICAS COINCIDÊNCIAS ENCANTOU ESTA SERPENTE...
Lucy ou Luci Heartfilia é a principal personagem feminina da série de anime e mangá Fairy Tail. Ela tem o nome da canção dos Beatles Lucy in the Sky With Diamonds junta a Fairy Tail, no início da série, sempre querendo ser um membro da mesma. Ela está sempre junto com Natsu quando há um trabalho, embora os trabalhos que eles se envolvem, ele não da opção para ela escolher um trabalho facil e que possa fazer sozinha. Lucy é um dos membros mais sãos e mais estáveis de Fairy Tail, muitas vezes sendo a única a reconhecer o absurdo das ações dos colegas de equipe. Ela também está muito confiante em sua aparência e sensualidade, exalando uma certa dose de vaidade. Lucy vem de uma família rica, seu pai possui um grande vale, que serve como jardim de sua propriedade. Porque ela está distante do pai, ela o deixou e sua fortuna após a morte de sua mãe para que ela pudesse seguir seu próprio caminho. Ela é dublado por Aya Hirano.
Lucy pratica mágica dos Espíritos Estelares, uma habilidade que lhe permite chamar os espíritos do outro mundo usando chaves de portal. Antes que ela seja autorizada a utilizar a chave, ela deve assinar um contrato com o espírito para decidir quando é permitido chamá-los. Existem dois tipos de chaves: prata, que são comuns e de uma grande variedade, e de ouro, doze peças extremamente raras que abrem as "doze portas do Zodíaco". Seus espíritos têm diferentes níveis de poder, com os mesmos adaptados para diferentes tarefas. Por exemplo, Aquarius pode controlar a água, enquanto que Touro tem uma força enorme. Ela pode invocar espíritos múltiplos (uma habilidade rara) de uma vez por curtos períodos de tempo, mas cansa-se facilmente quando o faz. A principal fraqueza dela é que ela não pode fazer mágica sem suas chaves(exceto uma chamada urano meteoria), embora capítulos recente mostrem Loki sendo capaz de ser exibido com ou sem ser chamado. Junto com as chaves, ela também carrega um chicote. Sua tatuagem da guilda Fairy Tail se localiza na mão direita, encontrando-se na cor rosa.

Espíritos Estelares

Espíritos Celestiais são espíritos de uma dimensão alternativa. São necessários o uso de uma chave e uma frase de invocação para abrir seus respectivos portões, embora no mangá Leo (Loki) tenha atravessado o portão por vontade própria em algumas situações. O contrato entre um Espírito Celestial e um feiticeiro Celestial é crucial e é feito de modo muito simples. O mago Celestial invoca o espírito e pergunta quais dias da semana pode invocá-lo, apenas isso é necessário para que o contrato esteja completo. Entretanto o contrato apenas pode ser desfeito quando o mago Celestial desejar, se ele for preso ou quando ele falecer. Existem 88 Espíritos Celestias, cada um representando uma das 88 constelações. Além disso, suas chaves estão separadas em duas classes: Chaves de Prata e Chaves de Ouro.
Abrem portões para espíritos comuns e são muito fáceis de se encontrar em lojas de magos e derivados. Exemplo de espíritos estelares originados de chaves de prata:


Caelum, o Cinzel: Quem o possuia era maga Angel, mas após Angel ser capturada seu contrato é cancelado, e atualmente não pertence a ninguém. Caelum possui 3 formas, , em uma delas ele aparece como canhão de alta tecnologia que pode lançar poderosas rajadas de energia; Forma Voadora, nesta forma ele aparece como uma esfera simples voadora que parece tornar a base para as outras formas; Forma de Espada, esta forma tem a parte do "cinzel” da esfera alargada tanto que o cinzel se parece com a lâmina de uma espada e com uma parte da esfera sendo o cabo.
Crux, o Cruzeiro do Sul: Quem o possui é a maga Lucy. Crux sabe tudo sobre os espíritos Celestiais por isso é capaz de dizer tudo para seu dono, ele é o portão que liga o mundo dos humanos com o mundo dos espíritos.
Horologium, O Relogio: Quem o possui é a maga Lucy. Sua única função mostrada foi de proteger o mago dentro dele por um tempo, ele termina todas as frases que o mago diz dentro dele com um "Foi o que ele(a) disse".
Lyra, a Harpa: Quem a possui é a maga Lucy. Usa um gorro, um vestido, e tem asas nas costas. Ela canta sobre as emoções e muitas vezes gosta de tirar pedidos, Lucy a usa para espetáculos de musica ou competições.
Nicolas, o Cão Menor: Quem o possui é a maga Lucy. Seu nome genérico é Nicolas, mas Lucy por o achar ele fofinho, lhe dá o nome de Plue. Sua única habilidade é a anulação, mas Lucy o usa mais como animal de estimação. Ele é muito popular entre os feiticeiros iniciantes por gastar pouco poder mágico.
Pyxis, a Bússola: Quem o possui é a maga Lucy. Chave que Lucy usa durante o torneio mágico de Fiore. Pyxis funciona como uma bússola , e mostra o caminho que seu mestre deseja .

AS CHAVES DE OURO
Abrem os 12 portões das constelações do zodíaco. São difíceis de ser encontradas. Muitas vezes só são entregues como recompensas de missões Classe S. Exemplos de espíritos estelares originados de chaves de ouro:
·                    Áries
(O Carneiro): Quem a possuiu foram as magas Karen, depois a Angel que roubou de Karen após matá-la. Atualmente pertence a Lucy, que recebeu a chave da própria Áries após Angel ser capturada e o contrato ser cancelado. Áries é uma mulher tímida, quando estava com Karen foi maltratada por aparentemente não possuir habilidades de combate. Na saga Oracion Seis é revelado que Angel matou Karen, por isso tinha a chave de Áries. No fim da batalha contra a Oracion Seis Lucy recebe a chave de Áries, no final de suas falas aries diz sinto muito.
·                    Taurus
(O Touro): Quem o possui é a maga Lucy. Taurus é forte, tem uma aparência humanóide com cabeça de touro, constantemente elogia o corpo de Lucy. Empunha um machado gigante que possui um alto poder de destruição.
·                    Gemini
(Os Gêmeos): Anteriormente pertencia a Angel, mas após Angel ser capturada e seu contrato com ela cancelado, os Gemini deram sua chave a Lucy.. Gemini pode se transformar nas cinco ultimas pessoas que tocou, pode copiar suas habilidades, pensamentos, magias e memórias. Quando Gemini foi mandado para matar Lucy, eles viram as lembranças de Lucy e o amor dela para com os espíritos estelares, por isso foi incapaz de matá-la.
·                    Câncer
(O Caranguejo): Quem o possui é a maga Lucy. Câncer tem aparência de cabeleireiro carrega duas tesouras que usa como arma, seu cabelo tem forma de garras e em suas costas tem 6 patas de caranguejo. Sempre que termina suas frases ele diz “Ebi” que significa Camarão. Anteriormente pertencia a Layla Heartfilia, e foi entregue a um mago iniciante depois que ela abandonou a vida de maga, mas depois que Lucy decidiu seguir o ramo da magia ela recebeu a chave de Câncer.
·                    Leo
(O Leão): Anteriormente pertencia a Karen, agora pertence à Lucy. Era conhecido na Fairy Tail como Loki. A sua antiga dona, Karen, era uma maga cruel que maltratava os seus espíritos, na tentativa de livrar Áries e a si próprio dos contratos ele recusou-se a voltar para o mundo dos espíritos, impedindo sua mestra de invocar outros espíritos, mas acabou sendo responsabilizado pela morte de sua dona, pois ela havia partido em um trabalho achando que poderia abrir dois portões do zodíaco simultaneamente, e como não conseguiu, foi morta por sua inimiga. Por isso Leo foi condenado a viver no mundo humano, onde um espírito não pode sobreviver por muito tempo. Mesmo em más condições ele entrou para a Fairy Tail e passou a usar o nome Loki, conseguiu trabalhar ativamente como mago por dois anos escondendo a história com Karen e o fato de ser um Espírito. Quando já estava prestes a desaparecer Lucy descobre a verdade sobre Loki e convence o Rei dos Espíritos Estelares a perdoá-lo e deixá-lo voltar ao seu mundo. O Rei dos Espíritos disse que Leo deveria ser fiel a Lucy para ter o verdadeiro perdão.
·                    Virgo
(A Virgem): Antes pertencia ao Duque Everlue, mas após ele ser capturado, Virgo dá sua chave a Lucy . Após a descoberta das ações ilegais de seu antigo dono, passa a pertencer a Lucy, ela tem o poder de cavar buracos em alta velocidade. É um espírito muito leal a quem possui sua chave, a ponto de ter o poder de modificar sua aparência de acordo com a vontade de seu dono, isso faz com que seja um dos espíritos mais usados por Lucy. Sua personalidade é séria, não demonstra emoções e costuma levar tudo ao pé da letra, por isso acaba protagonizando muitas cenas de comédia. Quando pertencia ao Duque Everlue ela assumia a forma de uma mulher grande e forte, para Lucy ela se torna uma linda garota,toda vez que Lucy a chama ela pergunta"hora da puniçao".
·                    Sagittarius
(O Arqueiro): Quem o possui é a maga Lucy, que ganha sua chave como recompensa pela missão na Ilha Galuna. Sagittarius aparenta um homem comum que veste uma roupa de cavalo, possui grande habilidade no tiro com arco, e é famoso por ter precisão perfeita. Sempre termina suas frases dizendo "moshimoshi"
·                    Scorpio
(O Escorpião): Pertencia a Angel, mas após ela ser derrotado por Lucy e capturada, seu contrato com Angel é cancelado, e ele dá sua chave a Lucy. Scorpio é namorado de Aquarius, eles têm um relacionamento feliz. Sua arma é sua grande cauda que lança magias de vento e areia.
·                    Caprico
(A Cabra): Quem o possuía era a mãe de Lucy, Layla, que ficou doente e desistiu da magia, deu suas chaves a três feiticeiros iniciantes. A chave de Caprico (Capricornus) foi entregue a Zoldeo. Caprico havia feito um acordo com Layla, garantindo que se um dia um de seus descendentes seguisse o ramo da magia, Caprico seria fiel a ele. Zoldeo tentou usar sua magia de submissão humana em Caprico, mas a magia funcionou de forma errada, e Zoldeo ficou preso no Corpo do espírito. No Arco Grimoire Heart, Zoldeo tenta entrar no corpo de Leo para matar Lucy, mas Caprico, já livre vence com a ajuda de Leo. Agora a chave de Capricornus pertence à Lucy.
·                    Aquarius
(A Portadora da Água): Quem a possui é a maga Lucy. Aquarius tem cabelos comprimidos e carrega um vaso, ela lança correntes de água, não se da bem com Lucy e é inimiga de todas as mulheres jovens,quando lança suas correntes d'agua sempre atinge Lucy com seu poder intencionalmente. É namorada de Scorpio. Anteriormente pertencia a Layla Heartphilia, quando Layla desistiu da magia sua chave foi entregue a um mago iniciante, quando Lucy decidiu tornar-se maga ela recebeu a chave de Aquarius.
·                    Peixes
(Os Peixes): Quem possui é a maga Yukino. É usada contra a maga Kagura nos Torneios Mágicos. Possuem duas formas, a forma " Normal " onde são dois enormes peixes, um preto e um branco e podem se esticar e flutuar além de serem muito fortes, e sua " Forma de Batalha " Quando Ganham uma aparência Humanóide com escamas de peixes.
·                    Libra
(A Balança): Quem a possui é a maga Yukino. É usada contra Kagura nos Torneios Mágicos. Pode alterar a gravidade de um local específico ou diminui-la.
·                    Ophiuchus
(O Encantador de Serpentes): Quem a possui é a maga Yukino. Ela usa essa chave nos Torneios Mágicos. De acordo com Lucy, é um espirito desconhecido, excluído dos 12 Portões.]


Origem: Enciclopédia livre.

 


terça-feira, 23 de abril de 2013

A PUTA (Uma análise despretenciosa)


Pablo Picaso - Erotic scene Known as "La Douleur", 1902-03, Oil on Canvas



A PUTA...


Num público qualquer
Num sujo submundo
Num irracional des_principio
Num lugar liberto
Livre gozo
Livre sentido
Aspecto do des_entender

A PUTA...

Decepatadas possibilidades do livre
Suicídio interno
Vício do talvez
Imaginação do entender

FODER, FODER, FODER...
Banal
Trivial
Carne - incisiva
Cheiro- umidades- gemidos 
Depósito de profana natureza
Prazer  do outro sexo

A PUTA...

Navalha e prazer que cega e cura
Carnal-morfina do qualquer
Boceta-boca-limite do indomável

A PUTA...

Mira e remédio
Garganta - goela abaixo
Não/ou obriga-me,
eu quero 
Depois cobrarei...

A PUTA...

MULHER!
[do depois desse fascínio.  nada mais de ti eu subtrairei] 

SERPENTE ANGEL

A Puta. Influências, indecências e culpas deliciosas By Drummond

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A puta
Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.
Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.
É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta.



CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

segunda-feira, 22 de abril de 2013

IMPÉRIO DOS SENTIDOS (TABU?)



 

[Obra de Nagisa Oshima, de 'O Império dos Sentidos', foi marcada por rupturas e erotismo]

Há 37 anos, em 1976, "O Império dos Sentidos" fez de Nagisa Oshima um cineasta popular em todo o mundo. O tórrido romance entre Sada e Kichizo surpreendeu espectadores e censores: como podia um filme ser "'sério" e "pornográfico" ao mesmo tempo?

"O Império dos Sentidos" foi também o momento mais radical de uma carreira marcada pelo radicalismo. Um filme que lembra muito as ideias e a proximidade entre o amor e a morte. Mas não as ilustra. E havia outras ideias ali: esse amor existia em contraponto (quase oposição) ao militarismo japonês.

SINOPSE I - IMPÉRIO DOS SENTIDOS:

É a história de uma ex-prostituta que envolve-se em um caso de amor obsessivo com o senhorio de uma propriedade onde ela é contratada como criada. o que começa como uma diversão inconsequente transforma-se em uma paixão que ultrapassa quaisquer limites. É o mais belo filme erótico do cinema contemporâneo. Inspirado em um caso real, mostra a história de um amor absoluto, onde dois amantes vivem uma paixão total, uma intensa obsessão pelo prazer. Seus desejos se confundem enquanto uma delicada e sensual atmosfera os envolve. Para os amantes não há fronteiras na busca do êxtase ilimitado e puro.

SINOPSE II - IMPÉRIO DOS SENTIDOS:

Falar de um tabu em nome da honra. É a seqüência explicita do espírito de um homem ousado para o seu tempo. Depois de dizer o que tinha a dizer recolheu-se em suas idéias de esquerda desde os seus tempos de estudante, estava dito, e muito bem dito. Homem complexo, cujas fantasias e cenas de sexo explicito foram consideradas marco no cinema de arte. Filme realizado no Japão militarista dos anos 30, e ainda hoje é censurado em seu país de origem.

SINOPSE III - IMPÉRIO DOS SENTIDOS:

Sobre um homem e uma mulher que se isolam e realizam todas as suas fantasias sexuais. Marco e tabu ainda hoje. Escândalo de uma época.
Sem dúvida uma obra entre a névoa e um túmulo de sol. Incômoda e especial. Surpreendente... Crucial... Magistral, e forte como o seu nome. Um clássico,  idealizado e dirigido por um dos diretores mais ousados e também mais controvertidos do Japão, Oshima, emblemático e conceituado, fundamentou a sua importância com certeza, e causou polêmica diante das platéias da grande tela,  sua importância lhe garante um lugar de honra na história do cinema. 

By imagens/cenas do filme Império dos Sentidos

domingo, 21 de abril de 2013

MOMENTO FADINHA


[sobre argumentos estéreis ou férteis...]

algumas palavras são rosas.  algumas respostas são mais bonitas no silêncio,
prudente seria não esquecer, que em ventres tardios não brotam girassóis]
o fruto brota do feitio. de cada chegada
flores agridoces desabrocham na largueza do sorriso

um cheiro de vento que baila nos cabelos...
(é tão bom, hummmm)
riscas pretas e amarelas. inevitável mel
da abelhas os ovos estrelados.
que argumenta um novo. em duas ou três larvas. a metamorfose da borboleta

poderes que o silêncio arranha. em silêncios mudos que dizem
o meu pequeno príncipe ta no doce do lábio superior. ta na maça do rosto
sacana. seria desviar. dos teus olhos azuis

o nariz anda junto. com o cheiro dos beijos na memória
a mão calha na saudade. de ler novamente
a voz é um abraço. de sensação maravilhosa
(ah, imaginação!)

sobre o príncipe, a raposa, o chapéu, e as nossas cabeças formatadas...
cativar
criar laços
ser inteiramente (não igual a cem mil outros)
olhos únicos
sensação maravilhosa
traduzir palavras
falar com o olhar de dentro pra fora


sentimentos que iluminam
necessidade absoluta
osmose do sussurro com o ouvido
do laço com a mão e o cabelo
do meu corpo com o teu
da voz e o nome
do olhar e o belo
do tempo e nós...

a areia, o rio, o mar
imediatas conclusões
deitar cá estando lá
lugares de crer no paraíso do inventor daquele riso
da tela e do se perder
se encontrar
ser feliz
trazer o sol
deixar tomar de flores o nosso jardim

sim, são poucos que realmente se importam...
o resto são só curiosos...]
algumas coisas ultrapassam somente uma pequena escala de olhares...



EXPLICAÇÃO CONVINCENTE


quando não me deixo amar
me disfarço de pink]
se pudesse me ver
saberia do rubro no meu rosto...

talvez porque eu seja cheia
de mal (feitinhos...) :)
como uma mala da infância

um rompante de diabinha
em sua inocência infantil

ou talvez sejam só fragilidades inocentes
que tem medo de se mostrar
- versão cereja antes da flor...

SENTIR VERSUS SENTIDOS


essa é uma boniteza da mulher que o tamanho do mundo é incapaz de definir]
não há época mais bela. e mais radiante para nós...
é como se desmoronasse um tumulto de paz dentro da gente.

MODO LUAR



são dias que insistem em cruzar nossa vida
dias sem maquiagem]
dias que mimam

dias cheios de quantidades inocentes
atenuados de bonitos
de babados e rendas...

SOBRE A RAZÃO DOS MEUS POEMAS SUJOS

Partilhar é bom...

[me emprestando flores... quem sabe numa vã tentativa de me despoluir]



"Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria."
Charles Chaplin




by partilhar é bom

sábado, 20 de abril de 2013

BABEL


figura3lidiane

Imagem: Operários – Tarsila do Amaral
“Não me importo com os negros, não sou negro”, “não me importo com os gays, não sou gay”, “não me preocupo com os pobres, não sou pobre”. Bertolt Brecht bem lembra:
“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”


Republicação/By de A  vida, o Universo e tudo mais: 

A Máquina do Mundo – Carlos Drummond de Andrade


A Máquina do Mundo
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.

(Trecho de “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade)

Homens Ocos – T. S. Eliot


   A Flor e a Náusea
Os Homens Ocos
Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam — se o fazem — não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
II
Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
— Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular
(Trecho de “Os Homens Ocos”, de T.S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira)