"Caminho de luz e sombras... Aquilo que está no cristalino do olho de um mago não pode ser definido --- Aqui estão hospedados poemas/letras, pro tempo não escutar"
GUARDIÃ DA MINHA IMPUNIDADE DE DIZER...
Eu não consigo ser chique e escrever tudo só em duas frases. Como a maioria faz.
Eu sangro a mente aos borbotões. Como espuma
As minhas personalidades (são impossíveis) de juntar. Me constituem (em milhares) mulheres inocentes de mim (quase todas) diferentes (vontades) sonhos. Gestos (descobertas) impossíveis (acho), mas assentirão ( que eu vá escrevendo-me) as minhas porcarias básicas (ou coisa alguma) frase interessante (deliciosa). Ou talvez nada (seja só um exercício) de um tempo cruel (pra espantar a velhice) risos. Ou só desculpas ridículas. (desde a minha infância remota) eu sei que eu sou assim, eu não tenho conserto. Nem dinheiro nenhum. Eu nem ligo pra coisas importantes. Nem pra pessoas interessantes. Vou “só” sonhando. “Só” pensando. Até eu queimar. E mudar de céu. E não ser mais. Mas eu não sou. E quem é? Quem me conhece sabe. Que eu sou. Ou muito triste. Ou muito irritada. Ou muito feliz. Ou muito apaixonada. Muito intensa. Ou muito tudo. Ou muito nada. Sem controle. Sem siso. Sem nada de nada. Mais informações? As pessoas interessadas. Que acessem. Ao interesse delas. Vou ficando por aqui. Me matutando. Me respondendo. Alguns vestígios? Evocam... Marcas que passam. Permanência? É presença. Tudo é significado. Na fragilidade das listas. Há sempre um olhar cravado em mim (de sempre). E PRA SEMPRE. Cujo sabor é esquecido? (jamais).
domingo, 28 de abril de 2013
Solzinho
Olhai à tua volta...
Todos passando, sem um olhar, sem um sorriso, sem um aperto de mão. (...)
Claro, há aquelas que poderiam te fazer mal, mas há mais pessoas boas do que más neste mundo. Você é uma delas. O mundo não precisa ser tão frio... E muita felicidade pode ter passado muitas vezes ao teu lado e você nem viu....
Augusto Branco
Das reciprocidades e impressões
Esboços...
No cheiro
Pra se desesconder
sábado, 27 de abril de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
ESBOÇO DE UMA SERPENTE
um poema de Paul Valéry/ Tradução de Renato Suttana
Entre a árvore, a brisa acalenta
a víbora que hei de vestir;
um sorriso, que o dente espeta
e de apetites vem luzir,
sobre o jardim se arrisca e vaga,
e o meu triângulo de esmeralda
atrai a língua do reptil...
Besta sou, porém besta arguta,
cujo veneno, embora vil,
deixa longe a sábia cicuta!
Suave é este tempo de prazer!
Tremei, mortais, ao meu valor
quando, sem me satisfazer,
bocejo e quebro o meu torpor!
A esplendidez do azul aguça
esta cobra que me rebuça
de uma animal simplicidade:
vinde a mim, ó raça aturdida!
Que estou prestes e decidida,
semelhante à necessidade!
Ó Sol, ó Sol!... Falta estupenda!
Tu que mascaras o morrer,
sob o azul e o ouro de uma tenda
onde as flores vão se acolher;
em meio a mil delícias baças,
tu, o mais feroz dos meus comparsas,
dos meus ardis o mais perfeito,
aos corações não deixas ver
que este universo é só um defeito
na puridade do Não-Ser!
Ó Sol, que soas as matinas
do ser, e em fogos o acompanhas,
que num fatal sono o arrepanhas
todo pintado de campinas,
fautor de fantasmas risíveis
que prendes às coisas visíveis
a presença obscura da alma,
sempre me agradou a mentira
que tu sobre o absoluto espalhas,
rei das sombras tornado pira!
A mim o teu calor brutal,
onde a minha preguiça gelada
vem devanear sobre algum mal
próprio à minha índole enlaçada...
Este amável lugar me seduz
onde cai a carne e produz!
Aqui meu furor amadura;
e eu o aconselho, e eu o refaço,
e me escuto, e em meio aos meus laços
minha meditação murmura...
Ó Vaidade! Causa primeira,
que domina os Céus e os conduz,
de uma voz que já foi a luz
abrindo o cosmo sem fronteira!
Lasso de Seu puro espetáculo,
o próprio Deus rompeu o obstáculo
de tão perfeita eternidade;
ele se fez O que dispersa
O Céu, Seu erro! E o Tempo, a ruína!
E o abismo animal alargado!
Queda naquilo que origina,
fagulha em vez do puro nada!
Mas o primeiro som do Seu Verbo,
EU!... dos astros o mais soberbo
que disse o louco criador –
eu sou!... Eu serei... E ilumino
esse diminuir divino
dos fogos do grão Sedutor!
Radioso objeto de minha ira,
Tu, que amei de um amor flamante,
e que da geena decidiste
conceder o império a este amante,
nos meus escuros Te remira!
Que ao veres Teu reflexo triste,
troféu do meu espelho negro,
tenhas tão funda comoção,
que sobre a argila o Teu ofego
seja um suspiro de aflição!
Em vão moldaste nessa lama
a prole dos fáceis infantes
que dos Teus atos triunfantes
a eterna louvação proclama!
Tão logo secos – e perfeitos,
são da Serpente já desfeitos,
filhos que o Teu criar produz.
Olá, lhes diz, recém-chegados!
Homens que sois, e andais tão nus,
animais brancos e abençoados!
Odeio-vos, que do execrado
à semelhança fostes feitos,
tal como ao Nome que tem criado
esses prodígios imperfeitos!
Eu sou o agente da mudança,
retoco o peito que se afiança,
de um dedo exato e misterioso!
Transformaremos essas obras
e as evasivas, moles cobras
em répteis negros, furiosos!
Meu intelecto inumerável
toca no humano coração
o instrumento de minha raiva,
que foi feito por Tua mão!
E Tua Paternidade alada,
todo aquele que, na estrelada
câmara ela acolha que a afague,
sempre o excesso dos meus assaltos
lhe traga uns longes sobressaltos
que seus propósitos estrague!
Vou e venho, deslizo, enfronho,
desapareço em peito puro!
Houve jamais seio tão duro
onde não possa entrar um sonho?
Quem quer que sejas, não sou esta
complacência que te requesta
a alma, desde que ela se ame ?
Ao fundo sou de seu favor
este inimitável sabor
que de ti em ti se derrame!
Eva! que eu tenho surpreendido
em seus primeiros pensamentos,
o lábio aos hálitos rendido
que das rosas se evolam lentos.
Quão perfeita me apareceu,
de ouro coberto o flanco seu,
sem temor ao sol nem ao homem;
ofertada aos olhos da brisa,
a alma ainda estúpida, tal como
perplexa ante a carne, indecisa.
Oh, massa de beatitude,
és tão bela, prêmio veraz
para toda a solicitude
das almas boas e das más!
Para que aos lábios teus se prendam,
basta que a um sopro teu se rendam!
Tornam-se piores os mais puros,
logo se ferem os mais duros...
Também a mim teus dons encantam,
de quem vampiros se levantam!
Sim! De meu posto entre a folhagem –
réptil que de ave se fingia –,
enquanto a minha pabulagem
uma armadilha te tecia,
eu te bebi, surda beldade!
Prenhe de encanto e claridade,
eu dominava, sem tremer,
fixo o olho em tua lã dourada,
tua nuca obscura e carregada
dos segredos do teu mover!
Presente estive, qual odor
que a alguma idéia corresponda,
cujo fundo, insidioso negror
não se elucida nem se sonda!
Pois eu te inquietava, ó candura,
carne molemente segura,
sem ter de mim nenhum temor,
a tremer em teu esplendor!
Logo eu te tinha, eu te levava,
e tua nuança variava!
(A soberba simplicidade
demanda infinitos cuidares!
Sua transparência de olhares,
tolice, orgulho, felicidade
guardam bem a bela cidade!
Procuremos criar-lhe azares,
e traga o mais raro artifício
ao peito puro o seu motim.
Eis minha força, o meu ofício,
a mim os meios do meu fim!)
Ora, de uma baba ofuscante
fiemos os suaves assaltos
que façam com que Eva, hesitante,
se envolva em vagos sobressaltos.
Que sob a seda da surpresa
palpite a pele dessa presa,
acostumada ao azul puro!...
Mas de gaze nem uma trama,
nem fio invisível, seguro,
além da que meu estilo trama!
E ditos, língua, redourados,
dá-lhe os mais doces que conheças!
Alusões, fábulas, finezas,
e mil silêncios cinzelados,
emprega tudo o que a seduza:
nada que a não bajule e induza
a se perder nas minhas vias,
dócil aos declives que guiam
para o fundo das azuis bacias
os veios que nos céus se criam.
Oh, quanta prosa sem parelha,
quanto espírito não recoso
e lanço ao dédalo sedoso
dessa maravilhosa orelha!
Penso: lá nada é sem proveito,
tudo importa ao suspenso peito!
O triunfo é certo, se o propor,
da alma espreitando algum tesouro,
como uma abelha a alguma flor,
não deixa mais a orelha de ouro!
“Só o que o meu sopro lhe confere,
a ela, é a própria voz divina!
Uma ciência viva fere
o corpo do fruto maduro!
Não ouças o Ser velho e puro
que a breve mordida abomina!
Que, se a boca se põe a sonhar,
a sede que à seiva se atreva,
esta delícia por chegar,
é a eternidade fundente, Eva!”
Ela bebeu minha mensagem,
que tecia um estranho arranjo;
seu olho perdeu algum anjo
por penetrar minha ramagem.
O mais hábil dos animais
que se ri de seres tão dura,
ou pérfida e cheia de males,
é só uma voz entre a verdura!
– Mas Eva muito séria estava
e sob o galho ela a escutava!
“Alma, eu lhe disse, doce pouso
de tanto êxtase condenado,
não sentes este amor sinuoso
que foi por mim ao Pai roubado?
Tenho esta essência celestial
a fins mais doces do que o mel
reservado tão suavemente...
Apanha o fruto... Oh, que se estenda
a tua mão e, ardentemente,
te faça dele uma oferenda!”
Que silêncio – o bater de um cílio!
Que sopro no peito soçobra,
que a árvore mordeu de sua sombra!
O outro brilhava qual pistilo!
– Silva, silva! – ele me cantava!
E eu sentia fremir as mil
dobras do meu dorso sutil,
saindo então do meu abrigo:
rolaram atrás do berilo
de minha crista, até o perigo!
Ó gênio! Ó comprida impaciência!
Eis chegado o instante em que um passo
em direção à nova Ciência
fluirá de um fino pé descalço.
Aspira o mármore, o ouro enjambra!
Tremem as bases de sombra e âmbar
na véspera do movimento!...
Ela vacila, a grande urna,
de onde emana o consentimento
dessa aparente taciturna!
Do vivo prazer que antegozes,
belo corpo, cede aos apelos!
Que a sede de metamorfoses
em torno da Árvore dos Zelos
engendre a cadeia de poses!
Vem, sem vires! Ensaia passos
vagos, como ao peso de rosas...
Não penses! Dança nos espaços...
Aqui há causas deliciosas
que bastam ao curso das coisas!...
Oh, quanto é infértil a fruição
que me ofereço, com demência:
de ver tão suave compleição,
fremir em desobediência!...
Breve, emanando seu sustento
de sabedoria e ilusões,
toda a Árvore do Conhecimento,
esguedelhada de visões,
no amplo corpo que investe rumo
ao sol, bebe do sonho o sumo.
Grande Árvore, Sombra das Alturas,
irresistível Árvore de árvores,
que os sucos amáveis procuras
na fragilidade dos mármores,
ó tu, que os labirintos cevas
por onde as constrangidas trevas
se percam no marinho lume
da sempiterna madrugada,
doce perda, brisa ou perfume,
ou pomba já predestinada,
Cantor, secreto bebedor
das mais profundas pedrarias,
berço do réptil sonhador
por quem já Eva tresvaria,
grande Ser, pleno de saber,
que sempre, como por mais ver,
ao alto apelo de teu cimo
cedes, e ao ouro puro os braços
estendes, teus esgalhos baços,
de outra parte, cavando o abismo,
Podes o infindo repelir,
feito só de teu crescimento,
e, da tumba ao ninho, sentir
que és inteiro Conhecimento!
Mas este velho amante do impasse,
de uns secos sóis no inútil ouro,
vem em tua copa enroscar-se –
seus olhos fremem teu tesouro!
Frutos de morte, de incerteza,
de desespero ali sopesa!
Bela serpe, suspensa aos céus,
sibilo, com delicadeza,
ofertando à glória de Deus
o triunfo da minha tristeza...
Basta-me, nos ares tranqüilos,
que a ânsia do amargo fruto os filhos
do barro ponha em desvario...
– A sede que te faz tamanha
até ao Ser exalta a estranha
Toda-Potência do Vazio!
(Tradução de Renato Suttana)
REFERÊNCIAS
Disponível em http://www.arquivors.com/valery2.htm
SAGA-FICÇÃO? IMAGINAÇÃO ENCANTADORA DE SERPENTES
PENSAMENTO/SÍNTESE?
Lucy (luci) Heartfilia? (essa eu vou dizer que é da enciclopédia dos estranhos), só poder ser... Lucy é uma ficção, ou uma “quase” realidade da ficção? (juro), eu jamais poderia supor tanto, entanto em comum, independente de inserir notas de rodapé ou não, é incrivel como tanta coisa (ficcional) é ao mesmo tempo, muito, tudo muito real... Puxa! Eu nem acreditei... E é tudo ao mesmo tempo, tão, (tão) irrealista e louco, quanto real e fascinante, de repente parece (pareço) ser a ficação (ou o inverso), e tudo isso mexeu tanto com tudo, que me dei ao trabalho de coletar mais informações ou soletrar tantas coincidências, pra quem sabe entender, onde, quando, e o porque de tantas afins-reais-coincidências...
Nomes, nicks ou místicas? sei lá... Acho que uma vez em um milhão, essa lucura de realidade parece juntar tantas(muitas) particulas e se envolve/em dizer com a ficção, sem saber o que diz, a quem o diz, e o porque diz, (sem se saber, e sem se saberem), depois de (pasma) digo.: não exala nisso nem um tipo de vaidade, mas me serve como um jardim de navegar em poços celestes, em propriedades estelares “talvez”, uma fortuna ou uma morte? Não sei... Como saber com qual Lucy/Luci está a chave destes “prováveis” portais? E se esses portais existem mesmo, seriam eles uma rosa ou um chicote? Nada sei sobre chaves, nem sobre mágicas ou espíritos, sei que sempre senti como se fosse uma tatuagem em mim, que vestia-me sem que eu pudesse ou soubesse me desvencilhar disso, algo vestia-me de outro jeito (isso eu sempre soube sentir). E jamais soube um jeito de controlar isso que me escorria/e escorre como água em jardins transparentes, mas que vem sempre como em águas turvas para um olhar confuso (nada esclarecido), estarrecido.
O que sei é que não sou uma maga de nenhuma constelação, tampouco sou originada de alguma esfera cor rosa ou âmbar, jamais sei ser equipada com asas nas costas, espadas com poder magico, ou rastejo com as escritas a cinzel, nada sei sobre ser/ou estar moldada ao brilho da prata e do ouro. Não. Não sou adépta das doze portas do zodiaco, nem menos posso dizer que estou equipada de algum poder raro, e se há alguma chave comigo, estão entregues em separado, e tudo o que sei de mim, é que disso encontro-me na mais completa e total anulação.
É bem verdade que muitas coisas me aparecem em sonhos e em elevadas levas, em grandes sóis, mas os olhos enxergam esses desenvolvimentos no mais profundo e completo abismo, e a escuridão se/me(tateia), e fica mesmo só aquela velha canção antiga dos Beatles (que se desconhece, o que eu desconhecia, fica isso de seguir dublando o não entender de saber. As chaves, e se chaves existem, ou a bússula, talvez sejam mesmo um celestial canhão de tantas formas que eu jamais entenderei, de qual (ou pra qual), em qual, ou de qual esfera ir, ou para qual me desintegrei, ou me desintegrarei... EU NADA sei!
Jardins
ou capítulos. Louco conflito. Sei que esse combate não para por aqui... Isso
sinto.Tateio no personagem ou história. Espirito ou ficção. Real não sei. Vai
tentando tomar alguma forma. Uma forma. Membro de sí mesmo talvez. Busca seguir seu próprio
caminho, e apesar do escuro que envolve esse secreto e grande vale, tenta ser seu único
membro em tantas bifurcações. Busca luz. Buscar a luz. Chave ou chaves podem determinar um nível
de poder, mas ela sempre soube quem era e é. Um ser sem elementos. Somente e tão somente. Só. “Um pino quadrado para
buracos redondos”.
___________
Espíritos Estelares
Origem: Enciclopédia livre.
terça-feira, 23 de abril de 2013
A PUTA (Uma análise despretenciosa)
eu quero
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.
Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.
É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
IMPÉRIO DOS SENTIDOS (TABU?)
[Obra de Nagisa Oshima, de 'O Império dos Sentidos', foi marcada
por rupturas e erotismo]
É a história de uma ex-prostituta que envolve-se em um caso de amor obsessivo com o senhorio de uma propriedade onde ela é contratada como criada. o que começa como uma diversão inconsequente transforma-se em uma paixão que ultrapassa quaisquer limites. É o mais belo filme erótico do cinema contemporâneo. Inspirado em um caso real, mostra a história de um amor absoluto, onde dois amantes vivem uma paixão total, uma intensa obsessão pelo prazer. Seus desejos se confundem enquanto uma delicada e sensual atmosfera os envolve. Para os amantes não há fronteiras na busca do êxtase ilimitado e puro.
domingo, 21 de abril de 2013
MOMENTO FADINHA
[sobre argumentos estéreis ou férteis...]
algumas palavras são rosas. algumas respostas são mais bonitas no silêncio,
prudente seria não esquecer, que em ventres tardios não brotam girassóis]
o fruto brota do feitio. de cada chegada
flores agridoces desabrocham na largueza do sorriso
um cheiro de vento que baila nos cabelos...
(é tão bom, hummmm)
riscas pretas e amarelas. inevitável mel
da abelhas os ovos estrelados.
que argumenta um novo. em duas ou três larvas. a metamorfose da borboleta
poderes que o silêncio arranha. em silêncios mudos que dizem
o meu pequeno príncipe ta no doce do lábio superior. ta na maça do rosto
sacana. seria desviar. dos teus olhos azuis
o nariz anda junto. com o cheiro dos beijos na memória
a mão calha na saudade. de ler novamente
a voz é um abraço. de sensação maravilhosa
(ah, imaginação!)
sobre o príncipe, a raposa, o chapéu, e as nossas cabeças formatadas...
cativar
criar laços
ser inteiramente (não igual a cem mil outros)
olhos únicos
sensação maravilhosa
traduzir palavras
falar com o olhar de dentro pra fora
sentimentos que iluminam
necessidade absoluta
osmose do sussurro com o ouvido
do laço com a mão e o cabelo
do meu corpo com o teu
da voz e o nome
do olhar e o belo
do tempo e nós...
a areia, o rio, o mar
imediatas conclusões
deitar cá estando lá
lugares de crer no paraíso do inventor daquele riso
da tela e do se perder
se encontrar
ser feliz
trazer o sol
deixar tomar de flores o nosso jardim
sim, são poucos que realmente se importam...
o resto são só curiosos...]
algumas coisas ultrapassam somente uma pequena escala de olhares...
EXPLICAÇÃO CONVINCENTE
quando não me deixo amar
me disfarço de pink]
se pudesse me ver
saberia do rubro no meu rosto...
talvez porque eu seja cheia
de mal (feitinhos...) :)
como uma mala da infância
um rompante de diabinha
em sua inocência infantil
ou talvez sejam só fragilidades inocentes
que tem medo de se mostrar
- versão cereja antes da flor...
SENTIR VERSUS SENTIDOS
essa é uma boniteza da mulher que o tamanho do mundo é incapaz de definir]
não há época mais bela. e mais radiante para nós...
é como se desmoronasse um tumulto de paz dentro da gente.
MODO LUAR
são dias que insistem em cruzar nossa vida
dias sem maquiagem]
dias que mimam
dias cheios de quantidades inocentes
atenuados de bonitos
de babados e rendas...
SOBRE A RAZÃO DOS MEUS POEMAS SUJOS
[me emprestando flores... quem sabe numa vã tentativa de me despoluir]
sábado, 20 de abril de 2013
BABEL
Imagem: Operários – Tarsila do Amaral
“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negroEm seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operárioDepois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserávelDepois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importeiAgora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”
Republicação/By de A vida, o Universo e tudo mais: