Nota da autora: HILDA HILST pra mim, sempre foi, NAVALHA NA CARNE, sempre foi, INTENSIDADE DE PALAVRAS. O cais de uma época... É como se fosse possível dedilhar um pássaro e fazer sonoridade em suas asas de pura liberdade, é poesia pontilhada da inocência mais pura, por isso mesmo: sangue, ossos, sangue, coração, gozo... Hilda, um dos meus caminhos "irreais", filosoficamente nunca corroídos. Flor de uma época, faz-me uma anciã-menina-mulher, me vê, antes do meu tempo...[SERPENTE ANGEL]
Venho de tempos antigos. Nomes extensos:
Vaz Cardoso, Almeida Prado
Dubayelle Hilst... eventos.
Venho de tuas raízes, sopros de ti.
E amo-te lassa agora, sangue, vinho
Taças irreais corroídas de tempo.
Amo-te como se houvesse o mais e o descaminho.
Como se pisássemos em avencas
E elas gritassem, vítimas de nós dois:
Intemporais, veementes.
Amo-te mínima como quem quer MAIS
Como quem tudo adivinha:
Lobo, lua, raposa e ancestrais.
Dize de mim: És minha.[HILDA HILST]
Texto extraído do encarte à edição de "Cadernos da Literatura Brasileira", editado pelo Instituto Moreira Salles - São Paulo, número 8 - Outubro de 1999.
Grande Hilda
ResponderExcluira leitura de tudo que está iluminada poeta
escreveu é sempre uma viagem maravilhosa
para dentro de si.